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Tarcísio coloca vidas em risco ao forçar funcionamento da CPTM em dia de greve

Na madrugada, governo recrutou supervisores de tração sem rotina para operar linhas.

Para forçar o funcionamento das linhas da CPTM que foram paralisadas na terça-feira, 3, a gestão Tarcísio de Freitas recrutou, ainda na madrugada, funcionários que atuam na supervisão de tração para conduzirem os trens. Essa situação coloca trabalhadores e passageiros em risco, pois são supervisores sem a experiência do dia a dia. 

De acordo com denúncias que estão chegando aos sindicatos da categoria, esses supervisores operam sob pressão, sem tempo de ir ao banheiro, de se alimentar e fazendo viagens de ida e volta sem a possibilidade de parada. Em operações normais, cada linha possui, em média, aproximadamente 50 maquinistas por turno – que se revezam na condução. A operação forçada da CPTM atua com cerca de 20 condutores. 

Pela manhã, na estação Rio Grande da Serra, que é parada da linha 10-Turquesa, um dos supervisores que operava um dos trens quase atingiu um carro particular, exatamente, pela falta de rotina na condução diária, onde partiu com o trem sem ter aguardado o fechamento total da cancela. Na cidade, que fica no ABC Paulista, um dos trechos da linha também é usado para a passagem de pedestres e veículos e, quando um trem está próximo, sinais luminosos, sirenes e cancelas são acionados, dentro de um tempo que exige do maquinista máxima atenção e pleno conhecimento do local para garantir total segurança.

“Essa situação forçada é um risco para todos os envolvidos, pois são supervisores sem a rotina da condução, além de estarem trabalhando sob excesso de estresse, sem saber quando irão parar, podendo provocar graves acidentes”, afirma o secretário-geral do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, Múcio Alexandre Bracarense, ao lado presidente da entidade Walmir de Lemos. 

Ferroviários estão em greve unificada, ao lado de metroviários e trabalhadores da Sabesp, pelo cancelamento dos processos de privatização e terceirização dos serviços essenciais que estão sendo tocados pelo governo do estado. As categorias cobram por um plebiscito oficial para que a população possa democraticamente decidir se aceita a venda das empresas estatais. 

Experiências com as linhas já privatizadas mostram aumento de acidentes, maiores intervalos entre um trem e outro, além da perda de dinheiro público, pois os contratos firmados entre governo e concessionárias preveem compensações financeiras a essas empresas em diferentes situações. Já em relação à Sabesp, existe o exemplo da companhia de saneamento do Rio de Janeiro, a Cedae, que após a privatização, aumentou a tarifa de água e reduziu os investimentos em programas sociais. 

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